terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Análise - DmC: Devil May Cry







Ninja Theory, estúdio baseado no Reino Unido e equipa responsável por Heavenly Sword e Enslaved, trazem-nos o reboot de Devil May Cry. 


Esta análise será baseada apenas nas horas passadas a jogar DmC e não sobre o passado deste jogo, mesmo sendo ele um reboot. Penso que merece esta atenção, visto que este será o primeiro jogo de muitos mais da nova saga.

Se observarmos atentamente a história de DmC, esta poderia claramente, cair no cliché: Os demónios controlam o mundo ou sociedade, através de uma bebida, os media controlam as mentes das massas e umas criaturas híbridas ( metade anjo, metade demónio ) vêm para rebentar com tudo.



Felizmente, temos a equipa da Ninja Theory para criar uma linha de coerência neste caos. DmC precisava de uma nova imagem e de sair do universo criado pela Capcom  há 10 anos. Discordem à vontade mas esta alteração, redefiniu e aprimorou a narrativa de DmC e trouxe-nos um novo herói mais compreensível mas sendo ainda o badass, sempre com uma piada na ponta da língua.

Dante, com um novo visual ( o tal visual Emo odiado por todos ) é sem dúvida uma personagem demasiado confiante, arrogante, desprendido da vida e problemas, vive um estilo de rock n roll, drogas e sexo. Nada de novo sobre ele aqui. A única diferença é que desta vez, ele é Meio-Anjo e não Meio-Humano.



Descendente de pai Demónio ( Sparda ) e mãe Anjo ( Eva ), Dante é um Nephilim - uma fusão de poderes que são capazes de destruir as criaturas mais poderosas, tais como o principal antagonista, Mundus - Vergil é o seu irmão há muitos anos separado e também ele um Nephilim. É Virgil que nos faz perceber o outro lado de “humano”,de Dante, e qual o papel dele no mundo.

O papel principal de Dante é até bem simples, f**** todos os brutos e grotescos demónios que se atravessam no seu caminho e podem crer que são muitos. Para poder combater estes inimigos Dante tráz consigo as míticas Ebony e Ivory, armas com munições infinitas e Rebellion, uma espada poderosa deixada pelo seu pai Sparda.



Foram também introduzidas novas armas: Garras que permitem puxar os inimigos ou saltarmos para bem próximos deles e estilos de armas Demoníacas e Angélicas. Estas últimas são óptimas para ataques amplos ou ataques de área, muito bons para controlo de grandes vagas de inimigos. As Demoníacas são muito mais poderosas e destruidoras, porém, menos rápidas. 

O facto de não haver limite de uso onde basta pressionar os botões trigger para usarem os vários estilos de armas num só combo, podem usar todo o arsenal de Dante e acabarem com inúmeros demónios em grande estilo e grandes pontuações.



Com tantas opções, por vezes vão perder o fio à meada. Para isso, podem treinar num espaço especial onde têm um dummie à vossa disposição para aprenderem todos os movimentos e golpes mortais. 

Incrível, é percebermos que uma boa banda sonora, consegue fazer toda a diferença. Uma mistura de Metal, e música eletrónica apresenta-nos a derradeira experiência entre a sensação de desmembrar inúmeros inimigos e repetidamente bater nos botôes do nosso comando de tão compenetrados que estamos. É uma sensação por vezes de liberdade e de interecção emotiva com o jogo. Pode parecer estranho o que tento descrever mas a música é sem dúvida um elemento mágico neste videojogo.



Mágica é a arte colocada em todo o universo de Devil May Cry. Durante toda a história vamos passear por dois mundos ( Limbo e o Mundo real ), onde podemos ver a nitidamente a marca  de Ninja Theory. Cores vivas cheias de contraste, construções gigantescas e ricas em detalhe. Há muito que não jogava níveis com tanta criatividade, acreditem que vão encontrar alguns dos melhores quadros jamais criados em videojogos. Fantástico.

Claro que nem tudo em DmC é perfeito, das três versões nas quais foi lançado, destaca-se a versão PC como a melhor. Os framerates são maiores, torna o assim o jogo muito fluído e a acção parece ser três vezes maior do que nas consolas. A experiência final será a mesma e devem escolher este jogo para a plataforma que mais gostam de jogar. 



O que poderia ser um pouco maior seria a sua campanha. Em modo “normal” o periodo de gameplay ronda as 10h a 12H de gameplay. Podem é claro chegar ao final do jogo, desbloquear todas as armas e voltarem a jogar nos modo hardcore. Aí sim, o jogo será bem mas bem difícil: característica conhecida nos anteriores jogos de Devil May Cry.

Foi uma lufada de ar fresco jogar o primeiro grande jogo de acção e aventura de 2013. Só o facto de não ser mais um shooter, seja ele de primeira ou terceira pessoa, fez com que este jogo ainda tenha sido uma fantástica e épica aventura.



Um jogo que não devem perder, e por favor, não odeiam o novo Dante sem antes jogarem DmC: Devil May Cry. Merece uma oportunidade e a equipa de NinjaTheory também. 


8/10