quarta-feira, 26 de junho de 2013

Análise - The Last Of Us


Se as decisões de vida ou morte fossem uma realidade do quotidiano o que serias capaz de fazer para permanecer vivo?

Esta é a primeira e sincera questão que nos é colocada quando compramos o jogo The Last Of Us. 

Vamos embarcar numa aventura cheia de surpresas, acção, violência e esperança. Este será um daqueles jogos que será recordado por várias gerações como um dos títulos mais emocionantes de sempre. 


Se gostam de cinema e TV vão rapidamente associar o ambiente e história deste jogo a filmes como: Eu sou a Lenda, A Estrada ou a mais recente série televisiva, The Walking Dead. Se o fizerem não tem mal algum. Aliás, se gostam de algum dos títulos mencionados, a vossa experiência será ainda melhor.

Joel e Ellie, são as personagens principais nesta fantástica aventura. Pelo caminho vamos encontrar inúmeras personagens. Estas podem ser apenas desconhecidos que nos vão dando uma mãozinha em situações de mais stress, podem ser humanos que tal como nós têm que sobreviver a todo o custo ou na pior das hipóteses infectados.


Estes últimos chamam-se Clickers. Ficaram doentes devido a um surto misterioso que se espalha pelo nosso corpo mas onde se manifesta principalmente na nossa cabeça - cérebro. Não possuem visão mas tal como um morcego são exímios em detectar via som qualquer barulho que façamos ou criamos. 

Durante o nosso percurso vamos também encontrar amigos que se vão juntar à nossa longa caminhada. Resumindo o que temos que fazer sem lançar spoilers é muito simples: Joel aceita levar a Ellie do ponto A ao ponto B, em que B fica muito distante. O que torna esta jornada simplesmente épica são todas as situações de stress que nos são apresentadas. Não me recordo de ficar tão colado ao ecrã num videojogo. 


Graças ao excepcional trabalho no grafismo e banda sonora de The Last Of Us, cria uma atmosfera tão real que sentimos que conseguimos nos colocar na pele de cada uma das personagens.

Além de toda a beleza e detalhes que nos rodeia, são estas, as personagens, que dão realmente vida a todo este mundo. As emoções, o medo a raiva todas estas emoções e 
expressões são visíveis nas faces dos nossos “heróis”.


Presente neste jogo encontramos muita acção, lutas, fugas e tiroteios mas Naughty Dog conseguiu encaixar perfeitamente uma evolução nas personagens Joel e Ellie, como que se de um filme se tratasse.

É muito interessante vermos a relação destas duas pessoas que inicialmente não se conhecem e nem demonstram qualquer tipo de afecto, em que mais tarde passam a cuidar um do outro como que se de filha e pai se tratassem. Esta evolução e interação é tão humana que criamos também nós uma relação emocional com eles.

No que diz respeito a gameplay é um jogo acessível a qualquer jogador que já tenha posto as mãos num jogo de aventura ou ainda mais fácil para quem jogou Uncharted. Temos à nossa disposição armas, molotovs, bombas de pregos entre outras “ferramentas” de sobrevivência. 
Claro que num mundo destruído e desolado, onde reina a lei do mais forte, estes suprimentos não se encontram à mão de semear. É aqui que a estratégia entra em acção. Temos duas opções, atacamos com toda a coragem e temos a certeza de que cada bala atinge um adversário ou então jogamos com esperteza e surpreendemos os oponentes com o menos barulho possível sem que sejamos detectados, seja por humanos ou pelos infectados.


Violência extrema não é para todos certamente, em The Las Of Us é algo que pertence ao dia a dia. Temos que ter uma coisa em mente “Vamos sobreviver, custe o que custar”. São várias as cenas em que degolamos um Clicker ou simplesmente pisamos com toda a nossa força a cabeça de alguém que infelizmente para esse indivíduo, está contra nós. 

Em The Last Of Us, mostra-nos o que poderia acontecer à nossa sociedade caso um surto de tal dimensão explodisse no nosso mundo. Como é que reagíamos a toda a tensão e medo, o que fariam os nossos governos e segurança pública? Tudo entra em colapso e todas as coisas que temos como garantido no nosso quotidiano deixam simplesmente de existir. Anarquia torna-se a lei e é cada um por si. 

Não é fácil colocar em palavras o que realmente experiênciei em The Last Of Us, os primeiros minutos de jogo quase trouxeram lágrimas aos meus olhos, senti-me por vezes imponente a olhar para o comando sem poder ou controlo nas cinemáticas espantosas que colocavam em risco a vida de quem até então controlava. 


Provavelmente foram os pequenos pormenores que fizeram a diferença. Os estúpidos - no bom sentido - e super divertidos comentários da Ellie quando nos encontrávamos no meio do nada, a forma como ultrapassava todas as adversidades que encontrava. Caminhava sozinho sem nunca me sentir só. Se é que isso faz algum sentido. 

De uma coisa tenho a certeza, se existe um jogo que recomendo a qualquer gamer, nunca vou hesitar de indicar este espantoso título.

The Last Of Us é sem dúvida o melhor e maior exclusivo da Playstation 3 onde os criadores de Uncharted, os estúdio Naughty Dog, criaram o que podemos chamar “Uma obra de arte”. Elevaram ao cubo uma nova fasquia no desenvolvimento de videojogos. Impressionante vermos algo tão complexo e belo nesta fase, 7 anos depois do lançamento da Playstation 3.

Moodgamer - 10/10

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